JANDSON ALEXANDRE DE SOUZA

O garoto de nome de rico e paixão por animais

Infância

Quando Jandson nasceu, além do nascimento de uma mãe, nasceu também uma irmã dedicada e uma avó amorosa. Uma família que desde antes da gestação de Janjão, como passou a ser carinhosamente chamado, se ajudava e cuidava, protegendo uns aos outros nas dificuldades da vida e construindo sonhos juntas e juntos.

Janjão nasceu em Maracanaú no dia 11 de fevereiro de 1996. Sua família, composta por sua mãe, D. Jane, sua irmã e sua avó D. Rosa, sempre foi unida e se apoiou mutuamente nas dificuldades da vida, construindo sonhos em conjunto.

O nascimento de Jandson foi surpreendente, pois sua mãe só descobriu a gravidez quando já estava com cinco meses, devido à menstruação irregular. Apesar do susto inicial, a família recebeu a notícia com alegria e começou a se preparar para a chegada do bebê. D. Jane lembra que sua irmã a tranquilizou, garantindo que ela seria capaz de cuidar de mais um filho, assim como já cuidava do primeiro. Assim, eles organizaram o quarto do bebê e garantiram que não faltasse nada para o pequeno Janjão e sua mãe.

Durante sua infância em Maracanaú, Jandson cresceu rodeado de animais, em especial uma ovelha e um carneiro que a família possuía. Ele gostava de brincar com galinhas e patos, demonstrando desde cedo um amor pelos animais. Sua mãe e sua avó recordam com carinho a dedicação que ele tinha em cuidar dos bichos, e afirmam que seu filho, neto de D. Rosa, segue os mesmos passos, também apreciando a companhia dos animais.

Jandson era uma criança especial, sempre alegre e comunicativa. Sua avó D. Rosa menciona que ele adorava fazer cócegas nela e correr atrás dela, mesmo que isso a deixasse irritada. Essas memórias da infância de Janjão demonstram o vínculo afetuoso e brincalhão que ele tinha com sua família.

A história de Jandson Alexandre de Souza revela uma família unida e amorosa, que enfrentou desafios juntos e construiu memórias afetivas. Sua infância cercada de animais e alegria deixaram marcas profundas, evidenciando a importância dos laços familiares e das lembranças compartilhadas.

O amor pelos bichos

Os episódios com os bichos se avolumam nas narrativas familiares e comunitárias. Afinal, ele vivia ganhando dinheiro, negociando ali os bichos que ganhava e comprava aqui. 

Nas várias fases da vida e das relações, os animais foram constantes alvos de cuidado e atenção, assim como objeto de trabalho e diversão. Entre seus planos, estava dar uma vida boa e confortável para a sua avó e sua mãe, contribuindo também com toda ajuda à sua irmã Bila, como a chamava, e ao filho que estava a caminho. 

De todos os animais que possuía, a paixão de sua vida era o cavalo, como lembra sua mãe: “[desde criança] ele gostava era de brincar de cavalo; ele tinha dois anos e já andava de cavalo. Tenho uma foto lá na mãe dele com um colega (…) — os meninos levavam ele no cavalo. Nisso ele se apaixonava!” 

[desde criança] ele gostava era de brincar de cavalo; ele tinha dois anos e já andava de cavalo. Tenho uma foto lá na mãe dele com um colega (…) — os meninos levavam ele no cavalo. Nisso ele se apaixonava!

Dona Jane – mãe de Jandson

O cavalo lhe possibilitou trabalhar como vaqueiro e andar por vários bairros, comprando e vendendo bichos que tinha no quintal em que morava com a mãe, já na adolescência. 

Por onde andava, Jandson colecionava acenos de cabeça e mão, assim como colegas e amigos.

Depois de sua morte, a família teve que vender alguns de seus animais — e em um episódio da venda de dois carneiros, ambas recordaram a recusa dos bichos que pareciam entender o destino diferente de onde sempre foram criados. No episódio narrado, eles berravam e saíam de dentro do carro sem querer ir embora: quando Jane colocava um, o outro entrava dentro de casa — e foi assim até que o novo dono dos animais amarrasse os dois.

Segundo o relato, eles foram berrando até chegar ao novo lar. Os carneiros tinham sido comprados por Jandson quando soube do nascimento do filho, para que desde cedo ele aprendesse a lidar com os animais e a nutrir a mesma paixão que o pai tinha por eles

Resumo do texto que consta no livro Onze, organizado pelo Movimento de Mães e Familiares do Curió