11-11-2015

chacina do curió

A noite de 11 de novembro de 2015 ficou marcada no calendário cearense como um dia de terror e violência, naquela que foi considerada a terceira maior chacina do Estado. Ao todo, 11 pessoas inocentes foram assassinadas por policiais militares, na região da Grande Messejana, em Fortaleza.

Algumas vítimas chegaram a ser retiradas de suas casas e atingidas nas costas e na cabeça.

Os 34 policiais já viraram réus. No dia 20 de junho de 2023, começa a caminhada por justiça com o primeiro julgamento. Este ano, ainda estão previstos outros dois julgamentos.

Foram 3 horas e 37 minutos de terror.

EPISÓDIO 01
EPISÓDIO 02
EPISÓDIO 03
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EPISÓDIO 09

#JUSTIÇAPELOCURIÓ

madrugada do terror

Em ações simultâneas na região da Grande Messejana, o massacre tirou a vida de 11 pessoas, entre jovens e adultos. Algumas vítimas chegaram a ser retiradas de suas casas e atingidas nas costas e na cabeça

três horas e 37 minutos de terror

As execuções ocorreram entre 0h20min e 3h57min, na noite do dia 11 e madrugada do dia 12. A chacina foi desencadeada por uma sequência de revanchismos e acertos de contas que vitimou pessoas inocentes. A seguir a ordem dos fatos de acordo com matéria do jornal O Povo.

as vítimas

Lembrar para não esquecer

ÁLEF SOUZA
CAVALCANTE

23.03.1998 – 12.11.2015

JARDEL LIMA
DOS SANTOS

26.02.1998 – 12.11.2015

28.08.1997 – 12.11.2015

antonio alisson
inácio cardoso

17.12.1998 – 12.11.2015

15.08.1974 – 12.11.2015

RENAYSON GIRÃO
DA SILVA

19.02.1998 – 12.11.2015

31.12.1974 – 12.11.2015

marcelo da silva
mendes

31.01.1998 – 12.11.2015

VALMIR FERREIRA
DA CONCEIÇÃO

14.09.1978 – 12.11.2015

JANDSON ALEXANDRE
DE SOUZA

11.02.1996 – 12.11.2015

PATRÍCIO JOÃO
PINHO LEITE

10.06.1999 – 12.11.2015

A violência policial é uma epidemia que corrói a sociedade por dentro, trazendo consequências visíveis. Ela afeta famílias, comunidades e instaura o medo generalizado.

É hora de questionar e desafiar práticas que resultam em abusos de poder, violências e mortes. Ninguém deveria temer aqueles que deveriam protegê-los.

Nossa mobilização é por memória e justiça pelas vítimas da chacina. Já são 2740 dias de espera por justiça após aquela que foi uma das maiores chacinas da história do Ceará.

UMA CRONOLOGIA DO MASSACRE

Entenda o que foi a madrugada de terror entre os dias 11 e 12 de novembro de 2015

25/10/2015

21:20
No Curió, Raimundo Cleiton Pereira da Silva discute com Irisleide Costa de Andrade, irmã do PM Marcilio Costa de Andrade, 31. O motivo: ela teria dito que Cleiton estava sendo traído pela namorada. Marcílio agride Cleiton, que aciona a Polícia.
21:30
Cleiton é abordado por Pedro Anderson Alves Domingo E FRANCISCO DE ASSIS MOURA DE OLIVEIRA FILHO, 16, o Neném. Segundo o inquéritoO, ambos traficavam drogas. eles teriam ameaçado Cleiton por ele ter chamado a PM, algo que havia sido proibido por eles na região. A DUPLA ORDENA QUE CLEITON OS SIGA. INVESTIGAÇÕES APONTAM QUE A DUPLA PRETENDIA EXECUTÁ-LO..
22:20
Os três são surpreendidos por Marcílio, acompanhado do cunhado, Giovanni Soares dos Santos, 22. Eles chegam atirando. Um dos disparos mata Neném. Cleiton corre, é atingido, mas sobrevive. Segundo os autos, Marcílio é ameaçado por familiares de Neném. Giovanni foge. MARCÍLIO DEIXA O CURIÓ COM A FAMÍLIA, COM ESCOLTA DE PMS. PARA OS PROMOTORES, MARCÍLIO INDUZIU COLEGAS A ENCARAREM O PROBLEMA PESSOAL COMO INSTITUCIONAL.

30/10/2015

Pai de Neném, o cadeirante Francisco de Assiss de Moura de Oliveira é executado. A CGD considera Marcílio de Giovanni suspeitos também deste crime. Perícia apontaria que o cano da arma que matou o pai de Neném é o mesmo usado na chacina.

11/11/2015

21:30
O PM Valterberg Chaves Serpa é morto em tentativa de assalto, na Lagoa Redonda. É o estopim do acerto de contas. Policiais convocam colegas para procurar suspeitos de matar Serpa e vingar a expulsão de Marcílio. De pontos de diferentes, PMs (alguns de folga) vão ao Curió.

23:30
Jovem que fugiu de casa de reabilitação de dependentes químicos é baleado, no São Miguel. Internado por 18 dias, ele sobrevive.

12/11/2015

00:25
Tem início a matança. No Curió, são executados: Antônio Alisson Inácio Cardoso, 17; Jardel Lima dos Santos, 17; e Álef Souza Cavalcante, 17. Pedro Alcântara Barroso do Nascimento Filho, 18, é baleado e morre no hospital. Outro jovem é baleado, mas sobrevive. Homem que socorria as vítimas foi atingido por oito disparos. Sobrevive após coma de 22 dias.
01:00
No Alagadiço Novo, encapuzados matam Marcelo da Silva Mendes, 17, e Patrício João Pinho Leite, 16.
01:05
Na Lagoa Redonda, Renayson Girão da Silva, 17, e outros passageiros são retirados de ônibus. Ele é executado.
01:45
No São Miguel, são assassinados: Jandson Alexandre de Sousa, 19, Francisco Elenildo Pereira Chagas, 41, e Valmir Ferreira da Conceição, 37. No Barroso, José Gilvan Pinto Barbosa, 41, é morto.

*Informações do Jornal O Povo

O LUTO EM LUTA

Em meados de 2016, familiares vítimas da maior chacina protagonizada por policiais militares na história do Ceará, ergueram o Movimento Mães e Familiares do Curió para lutar pela memória e justiça por seus filhos e entes queridos que foram executados em 11 de novembro de 2015.

Essas mães carregam, há quase oito anos, o pesar da dor. A luta pela memória e justiça dos inocentes que foram assassinados na Chacina do Curió continua sendo o lembrete diário na trajetória da maternidade dessas mulheres.

Conheça mais sobre o Movimento Mães e Familiares do Curió.

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@11docurio