Renayson, mais que um filho, um amigo e confidente
D. Maria, uma mãe que perdeu seu filho Renayson na Chacina do Curió, encontra no livro uma forma de homenageá-lo e compartilhar sua história. Ela sempre quis mostrar às pessoas como seu filho era bom, mas desistiu de colocar o nome dele em uma rua da cidade devido à demora do processo. Agora, o livro renova suas esperanças.
A chegada de Renayson trouxe felicidade e esperança para D. Maria, que teve uma infância difícil. Ela o considerava mais do que um filho, ele era seu amigo. D. Maria quer lutar pelos direitos dele e fazer com que sua história não seja esquecida.
Renayson passou por uma cirurgia quando era bebê, mas graças à sua luta e ao Sistema Único de Saúde (SUS), conseguiu se recuperar. D. Maria relembra os momentos felizes que viveu com seu filho, como brincar de pipa e jogar videogame juntos.
D. Maria sempre procurou dar o melhor para seus filhos, mesmo com suas dificuldades financeiras. Com Renayson, era diferente, pois ela sonhava em ter um filho homem. Poder comprar biscoitos recheados e iogurte para ele era um luxo.
A saudade de Renayson invade D. Maria nos lugares mais inesperados, como o supermercado, quando uma música que ele costumava cantar toca. Ela recorda as palavras de seu filho, prometendo cuidar dela quando ficasse velhinha.
Renayson era um menino estudioso e enfrentou a hanseníase aos 11 anos, o que o levou a interromper os estudos temporariamente. Além da doença, ele enfrentou o preconceito, sendo discriminado por colegas de escola.
D. Maria buscou ajuda no Conselho Tutelar para denunciar a professora que revelou a doença de Renayson, mas nenhuma providência foi tomada. Com o apoio de profissionais de saúde, ele conseguiu controlar a doença, mas perdeu parte de um dedo.
Renayson era apaixonado por futebol e tinha um treinador que considerava como pai. Ele sonhava em jogar profissionalmente e fazia amizades facilmente. Após um episódio de evasão escolar, aos 17 anos, ele decidiu retomar os estudos e buscar o Ensino de Jovens e Adultos (EJA).
No entanto, sua vida foi interrompida de forma trágica. Na noite em que foi morto pela polícia, Renayson tinha ido deixar a namorada em casa. Ao receber a notícia, D. Maria foi ao IML e descobriu que seu filho havia sido morto pela polícia.
A perda de Renayson deixou D. Maria muito triste, e ela enfrenta as sequelas emocionais até hoje. Ela se juntou a outras mães que também perderam filhos na Chacina do Curió e formou o Movimento Mães e Familiares do Curió, lutando por justiça e responsabilização dos policiais envolvidos.
Resumo do texto que consta no livro Onze, organizado pelo Movimento de Mães e Familiares do Curió